sábado, 27 de setembro de 2008

O derbi da Mouraria...


VS


Dia 27 de Setembro de 2008. Céu azulinho, limpinho e transparente.
Tudo tinha que estar azulinho para o dia dos al mouhral. Afinal, 27/09/2008, era dia de jogo entre as duas maiores associações da 2ª circular da aldeia AL-USHBUNA: Pardalinhos Mouriscanos - Lagartichas. Duelo grande lá para os lados da Mouraria... . Estou sempre anisoso, por ver este clássico do futebol luseiro. Para mim, é sempre um regalo ver o derbi circular, pois quase sempre consigo ter orgasmos múltiplos de risos. Durante uma hora e trinta minutos, os meus níveis de boa disposição e bem estar estão assegurados. De um lado, os pardais, famintos e ávidos de vitórias morais (e honestas) e com sede de revelarem toda a verdade dos bastidores do nosso futebol. Do outro lado, temos as lagartichas, presididas pelo Tio Soarocas Frango, cheias de vontade em demonstrar que os seus balanços, balancetes e inventários, são aprovados por qualquer universidade de economia deste planeta. Para as lagartichas, o futebol é pouco importante. O que importa é brincar às gestões com os seus poucos tostões. Neste dia, tios e tias lagarticheiros, no seu estilo dondoqueiro, emproado, superior e (ba)côcô, vão ao galinheiro, confiantes em alcançar um bom resultado, para poderem sonhar, em ficar atrás do sempre vitorioso FCPORTO.
Depois da vitória tranquila do FCPORTO, no dia anterior, parecia ter reunida todas as condições para mais uma noite divertida e cómica, na companhia dos Pardais. Ia começar o divertidíssimo derbi mouro.
Por volta das 20.00 do referido dia, já estava sentadinho no sofá, a coçar deliciosamente as minhas azeitonas cor azul (estou a mentir, pois são autênticos melões azuis), e já a minha tv Panorâmica XPTO (tem comando e tudo...), enviava as primeiras graçolas dos mouros. Invadiram-me pela casa adentro, com os ditotes habituais de quem repugna a democracia e não suporta um sistema livre e concorrencial, onde os mais fortes, organizados e melhores são quase sempre os primeiros. "Pintolakis Coustanis Filho da Putanis", "O meu pai é o diabo cornudo de Gaia", "A minha mãe cheira mal dos sovacos", "Pardais ao ninho", "vamos ganhar quinxe a xero",... , eram os ditotes mais pronunciados por aquelas bandas. Para além disso, tive o habitual espectáculo dos calhaus com que os pardalitos teimam em brindar os adeptos adversários.
Mais adiante, os jornaleiros naquele ar de quem está a dizer uma grande coisa, adiantavam o que os jogadores de ambas as associações fizeram e comeram durante o dia. Ficámos a saber que comeram bem e obraram melhor, com particular destaque para os jogadores e técnicos espanholitos (nestas coisas das tapas eles não brincam...e nas obras idem aspas, aspas idem). E assim ia a festa mouriscana... .
20.45 - hora do embate
A associação anfitriã apresentou a seguinte equipa: Quinzito Frangalhotes, Cantiflas, Mitó, Sidnão, Jorge Bombardeiro, Epá (este epá tem a pastilha amarelada no topo), Ciganito Riés, Carlos Maluquins, Rubem Nim, Esquerdoso, Fã do Bi Bota de Ouro Fernando Gomes;
O jogo lá começou, e os pardais evidenciaram mais uma vez, qualidade acima da média. Transições fulminantes da defesa para o guarda redes, ataques sem bola continuados, defesa em linha no banco do Pardalinhos , triangulo invertido no meio campo, e dois avançados móveis extremamente rápidos para explorarem o relvado do galinheiro.
Táctica utilizada pelos pardais: 1- 10
Modelo de jogo utilizado pelo Pardalinhos: jogadores bem espalhados no terreno, criando superioridade numérica quando alguém da equipa adversária for expulso. E sempre que possível, pressionar a equipa de arbitragem para que o Fã do Bi Bota de Ouro não seja expulso. Neste caso, deve-se fazer a pressão alta, utilizando jogadores acima do 1,85 para intimidar.
O resto já estão a imaginar...cada toque dos mouros na bola, era motivo de riso da minha parte, assim como as cantigas das claques desautorizadas pelo "nosso" espiaum James Pireli.
Mais orgasmo menos orgasmo, o derbi ia decorrendo com aparente normalidade, demonstrando um Sportingue dominador e senhor do jogo. O grande problema do Sportingue é ter como treinador, o Paulinho do Risco ao Meio. O dito energumeno fez alinhar no derbi, dois azelhudos na sua frente de ataque: Pastilha e Jaló (estas duas abéculas, são aquilo a que vulgarmente se designa de "eternas esperanças"). Depois de ambos, falharem várias ocasiões, aconteceu o que alguns filosofadores do futebol advogam: "quem não marca, arrisca-se a sofrer...". O Sportingue não só arriscou, como sofreu mesmo um golo dos pardalitos (Ciganito Riés). Depois desse golo bermelhusco, Sidnão enganou-se e voltou a colocar o esférico cúbico (nestes dérbis o esférico é sempre cúbico) nas redes adversárias. O resultado estava feito, dois a xero para a equipa do Pardalinhos Mouriscanos... .
Mal acabou o derbi, logo a "mérdia" luseira tratou de enaltecer a grandiosidade do feito pardalesco e tratou de encontrar o(s) respectivo(s) culpado(s). O culpado foi encontrado e responsabilizado: chama-se Quiquinho Roseiral. Afinal, para a "mérdia" luseira, o homem percebe mesmo de bola. Dizem eles, que a lição estava muito bem estudada e que até com dois (para mim são 4) mancos na defesa, o Pardalinhos Mouriscanos conseguiu vencer o jogo. Depois desta análise da "mérdia" luseira, é caso para dizer: José Mourisco cuida-te! Se as coisas continuarem assim, o Quiquinho Roseiral (metodologo altamente estudioso, com provas dadas não sei bem em quê, nem onde...) ainda vai ocupar o teu lugar no Intermafionale.
Para terminar, quero dizer que no final do jogo, os meus melões quase estouravam de tantos orgasmos múltiplos, causados pela anedótica exibição do Pardalinhos Mouriscanos. Apesar do resultado não ser do meu agrado, qualquer jogo cómico do clube onde está o "nosso" espiaum, é sempre motivo para esvaziar os meus melões. Obrigado Pardais!

Observação: desta vez, não tive a oportunidade e a felicidade de rever as diabices do cornudo mais conhecido do país. Alguém me sabe dizer, por onde anda o cornudo?

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